06 março 2011

Céptica patológica, moi?

Um destes dias uma das minhas mais queridas e antigas amigas apelidou-me de céptica patológica. Reconheço-me na parte do céptica, mas patológica???

Na verdade nunca fui grande fã de treta. E a coisa tem "piorado" bastante com o tempo. Será porque o meu sentido crítico tende a aumentar? Será porque a quantidade de treta a que estamos expostos tem aumentado e muito? Acho que ambas são verdade.

Enquanto estava a crescer, a margem de manobra para a treta era mais escassa. Havia menos canais de televisão, donde, menos oportunidades para documentários manhosos, menos comentaristas "especializados", menor nº de revistas, livros e quantidade de produção científica, etc. Também não havia (infelizmente) Internet e as fontes de informação "credível" eram bastante mais controladas (enciclopédias, livros e manuais técnicos,...).

Hoje, (felizmente) o manancial de informação a que temos acesso/ somos expostos é incomensurável. A produção de informação, seja científica, de entretenimento ou uma mistura de ambos cresce exponencialmente.

Assim, cada vez é mais crítico estarmos com o radar de detecção de treta ligado na sua máxima potência. Claro que não é possível sabermos tudo sobre todos os assuntos, mas frequentemente o método diz muito sobre o conteúdo.

Dêem-me factos, números, tendências, estatísticas, referências cruzadas, coerência e eu fico feliz.

Opiniões sem base sustentada, argumentos de autoridade, falácias, senso comum não servem e cada vez me impacientam mais.

Assim, se alguém achar isto patológico, paciência. Mas acreditem que eu não me sinto nem um bocadinho doente.

PS: skeptics shall inherit the Earth :D

6 comentários:

  1. Olá,

    Eu acredito no cepticismo! :-p

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  2. Mais uma deixa para irritar a miúda :) Espreita,por exemplo, aqui para veres por que é que eu dou tanto valor ao rigor da chamada ciência como às fraquezas da chamada pseudociência:

    http://rightside-ofmybrain.blogspot.com/2008/06/estudos-para-todos-os-gostos.html

    Os estudos altamente comprovados têm tantas probabilidades de serem uma tanga como os outros, e vice-versa. Ou seja não dá para acreditar em nenhum. Olha-se para as fontes e tal... umas mais credíveis que outras... mas certezas não há.

    Entretanto, como a malta humana carece de acreditar em alguma coisa, e eu sou dessa malta, prefiro então diversificar pelos dois cestos a minha preciosa confiança(bem cada vez mais escasso na minha pessoa; desaparece na porporção inversa à explosão de informação).


    beijinho preciso :)

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  3. o beijinho não era "preciso", era "precioso" :)

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  4. eres preciosa, chica, e tus besitos también :D

    se não gostasse já de ti, passava a gostar por ser possível discutirmos e até implicar um bocadinho sem nos chatearmos à séria.

    besito

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  5. Marisa:

    As afirmações cientificas são sempre mais bem justificadas que as outras. Mas um estudo apenas, não faz, na maioria dos casos, ciência. Os achados têm de ser replicados por várias entidades.

    É totalmente falso que as afirmações cientificas mais bem comprovadas sejam tão falsas como as pseudocientificas.

    Porque para uma afirmação se tornar uma teoria tem de explicar o que se sabe e fazer previsões e tem de ser verificada independentemente.

    "Os estudos altamente comprovados têm tantas probabilidades de serem uma tanga como os outros, e vice-versa."

    (Penso que queres dizer afirmações ou teorias em vez de estudos. Os estudos concluiem coisas e suportam ou não afirmações)

    Testar e investigar só não produz melhores respostas se tudo for uma gigantesca teoria da conspiração onde até a matemática funciona por ilusão. Ou te fechas no solipsismo ou se há uma coisa que podes saber é que as afirmações mais bem comprovadas cientificamente tem mais probabilidade de estarem certas que as outras.

    Certas no sentido em que vão prever as observações que farás acerca de algo.

    Agora o teu exemplo:

    Não podes comparar noticias. Nunca dizem o suficiente para saberes o que dizem exactamente os artigos. Para algo como uma critica séria tens de os ler.

    Agora repara que mesmo que as comparássemos (às noticias sobre ciencia) elas não se contradizem como tu sugeres.

    Uma diz que não há associação entre a exposição a radiações dos telemóveis e cancro.

    A outra diz que há associação entre exposição a essas mesmas radiações e a qualidade do sono e percepção de determinados sons.

    Onde está a contradição?

    "Ou seja não dá para acreditar em nenhum. "

    Dá para acreditar nos dois. É só ver que falam de coisas diferentes.

    A ciencia é a maneira mais rigorosa de aferir quais são as melhores respostas/afirmações.

    Agora se tu achas que não há maneira de distinguir a veracidade de uma afirmação e de dar plausibilidade, hás de me dizer porque é que procuras não te por à frente de comboios em movimento. :P

    Já agora. A cena da bailarina também é treta.

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  6. a única coisa que concordo sem nenhum "mas" é a treta da bailarina :) sei que é treta porque a vejo para um lado e para outro quase em simultaneo. nesse caso eu seria um génio. é por isso que sei que é treta :)

    beijos e até um dia quando conseguirmos agendar a tertúlia do cepticismo :)ou ceticismo, sem p :)

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