10 abril 2011

Tempos extraordinários

Se calhar é a minha mania de viver deslumbrada com a vida e as possibilidades que ela oferece, mas saltam-me à vista várias consequências positivas do sobressalto em que vivemos.

Uma delas é o despertar de consciências para a coisa pública. Tornou-se demasiado óbvio que o nosso percurso individual não independe do colectivo.

Há uma grande camada de pessoas, jovens e nem tanto, mas com preparação suficiente para o fazer, que de repente estão a interessar-se por economia, pelo funcionamento da sociedade extraordinariamente complexa em que vivemos e que começam a ter ideias políticas.

Não nos esqueçamos que a democracia em Portugal é jovem e a literacia (mais ou menos...) alargada ainda o é mais.

Chocaram-me pela sua miopia os comentários mais ou menos generalizados de muitos entronizados do costume e de quem os segue que exigiam que os portugueses que se manifestaram massivamente nas ruas em Março apresentassem soluções para tudo e caminhos para tanto. Isso existe em manifestações promovidas por sindicatos, partidos políticos, ou quejandos. Esta iniciativa foi outra coisa.

Esta é uma altura de tomada de consciência, ainda que tardia. Muitas pessoas já têm as suas ideias e estão disponíveis para participar, outras estão ainda à procura da sua voz. Mas há muita gente a pensar e a sentir-se desconfortável cujo próximo passo será contribuir activamente.

Enquanto tudo correu no business as usual quem quis saber o que é dívida soberana ou parcerias público privadas? Enquanto o bolo foi chegando para a maioria, quantos se preocuparam em saber de onde ele vinha e se perguntaram se mereciam comê-lo?

Só cidadãos interessados e informados poderão criar uma sociedade civil mais atenta, intolerante com desgovernos em todos os campos e mais participativa e exigente consigo própria. Which is nice.

4 comentários:

  1. Olá,

    É verdade. Eu sou um exemplo.

    Em relação à aprendisagem e formação politico-economica da sociedade, é essencial promover o debate.

    Só através de boa discussão de comparação de argumentos podemos chegar às melhores soluções.

    Bom post.

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  2. obrigada João, agora quando é que combinamos qualquer coisa?

    Tipo encontrarmo-nos na cozinha daqui a 2 minutos?

    :D

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  3. la citacion original de terentius Homem sou humani nil a me alienum puto

    o nihil é posterior apesar de não ficar mal

    literacia....?

    é coisa que não existe

    todos pensam ter umas ideias das coisas

    quando há excesso de informação a ileteracia funcional instala-se

    não que interesse muito

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  4. which is bigger heart or liver?

    intolerante com desgovernos

    é humano ser desgovernado e tolerante com as falhas dos outros

    skepchick céptica? helter skellter
    isto das breviaturs

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